sábado, 6 de setembro de 2014

Recadinho



A nobreza do professor

Ensinar se tornou uma profissão de refúgio. Médicos, advogados e engenheiros frustrados se contentam com suas respectivas licenciaturas em biologia, história e matemática. Ensinar se tornou uma profissão para fracassados no mercado de trabalho.
Ser professor, acima de tudo, é uma profissão humanitária. Um único ser que é capaz de mudar o mundo. Um único ser que é apto a formar gênios, ativistas e revolucionários. Um único ser que pode de uma única vez e em apenas 50 minutos, mudar o curso da vida de 30 pessoas e, consequentemente, mudar o curso da humanidade
Vocês têm noção da magnitude dessa profissão, certo?
ENTÃO POR QUE DIABOS DEIXAM TANTOS BABACAS EXERCÊ-LA??¿???¿?!!!!////!!1onze111!!

Se você nunca teve um professor cuzão, parabéns, volte pro útero porque você ainda não nasceu. O otário que solta chorume reaça e a doida que quer todo mundo pensando exatamente igual a ela: Quem nunca?
Será que os nossos caros professores realmente conhecem a NOBREZA por trás de sua profissão? Será que eles têm alguma noção da importância e da influência que eles podem exercer na mente conturbada de adolescentes do Ensino Médio? Será que os nossos mestres sabem que uma opinião dita, jamais será desdita?

Obrigada, professor irresponsável, por cooperar com a existência de mais pessoas machistas, homofóbicas e fundamentalistas. Isso é tudo que a nossa sociedade precisa no momento!
Se eu pudesse desver a sua existência, eu desveria.

Um professor é uma fábrica de pessoas.


Atualização: Esse post tava bugadão, não sei o que aconteceu. Mas já resolvi. 

Adolescente Fluorescente


"People forget that when you're 16, you're probably more serious than you'll ever be again. You think seriously about the big questions."
-- John Hughes
(Se você não conseguiu traduzir, vá pro Google Tradutor pois eu não sou obrigada).

Você e esse seu cursinho de inglês onlaaaaine
Adolescência é aquele período da vida em que as pessoas te dão licença poética para agir como um completo idiota. O assustador é quando você não é. Não sei o que os adultos pensam mas, com certeza, eles gastam 73,5% de sua capacidade cognitiva (dados do IBGE) para usar um único argumento quando são contrariados: "Tá bom, mas quando você for mais velho, terá uma opinião diferente!". É tipo o "Senta lá, Cláudia".

Aham
"Então cale a boca, por favor, pois quando você tiver 70 anos também vai olhar pra trás e ver como você é imbecil hoje." -- é o que quero dizer, mas nunca digo pois não quero perder o presente de Natal.
Mas é claro que eu vou ter uma opinião diferente daqui a 10 anos. Afinal de contas, as pessoas e suas opiniões estão sempre mudando -- não de década em década --, mas diariamente. Um doidão da Grécia Antiga aí disse que "Um homem não pode entrar no mesmo rio duas vezes". E ele tem razão.

Não é à toa que todo adolescente é igual. Por exemplo, na adolescência é normal ter aquela fase #eutoputzrevoltzmano com os pais, porque é nessa idade que a gente reconhece certos modelos de comportamento que não queremos repetir e ficamos com raiva, já que somos capazes de entender que está errado, mas justo os nossos pais cometem esse erro. Ou seja, muitas vezes, o fazer [refletir e ficar puto] leva ao ser [comportamento adolescente].

"Quando você cresce, seu coração morre"
Só que não adianta fugir, todos nós estamos pré-destinados a fazer comentários escrotos nas redes sociais do futuro e a dar meias de presente para os nossos sobrinhos no dia das crianças -- Ser adulto é um caminho sem volta. A única explicação plausível para isso é que existe um momento na vida que você dorme e magicamente acorda com o coração morto, porque a transformação do sou-legal para o sou-chato-e-odeio-mc-donalds acontece tão rápido que quem tá crescendo nem percebe. Mas nós, meros espectadores, percebemos sim.

Ser [adulto] é o que os levam a fazer [ato de levar as coisas tão a sério] ou o fazer [ato de levar as coisas tão a sério] que os definem como o ser [adulto]? 


¯\_(ツ)_/¯


"Um adulto é uma criança inchada pela idade"
--Simone de Beauvoir


segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Sobre progresso e canudinhos dobráveis

A humanidade não está perdida.
E também não está progredindo.

A não ser que você acredite que um Deus construiu a Terra e depois voltará para decretar o Juízo Final, a história humana não é linear, com começo, meio e fim -- Ela é cíclica.
Se compararmos a contemporaneidade brasileira com a Idade Média européia, ficaremos arrogantemente orgulhosos com tudo isso que chamamos de progresso. Afinal de contas, queimar mulheres de cabelo vermelho não mais é permitido. O negócio agora é fazer #segundadasruivas! 
A não ser que vocês goste de ter 1001 maneiras disponíveis para torturar pessoas e de usar repolhos nos pés como sapatos, tirando o fato de que temos um pastor querendo se candidatar à presidência, estamos bem melhores que na Idade Média. (E isso é ruim pra cacete, porque a Idade Média não deveria servir de parâmetro pra ninguém). 

Sim, se parar de queimar pessoas vivas é uma evolução, tá ok, evoluímos bastante. 

Entretanto, se você acha que a nossa sociedade atual é um pouco melhor que a Antiguidade Grega... 
Vá estudar história, por favor. A medicina aristotélica, a filosofia sofista e a cultura helenista dão um sutil tapa na cara da nossa noção linear de progresso. Não estamos fazendo nada de inovador. Só repetindo, repetindo e repetindo. Se tivermos alguma sorte, talvez possamos produzir algo tão relevante que daqui a 1000 anos ainda influenciará diretamente a vida das pessoas (como, por exemplo, o canudinho dobrável). 


Genial
Quando eu tinha meus 10 anos, além de achar que David Guetta era um cantor e de escrever chorume pro blog na internet (QUE NÃO ERA ESSE, TCHARAM!), eu também sentia pena de todas as outras pessoas que viveram antes de mim porque, obviamente, a vida delas era uma merda. Como alguém poderia ter sido feliz sem eletricidade ou chinelinho de borracha? (Vulgo Havaianas porque Ipanema é coisa de pobre).
Na minha cabecinha, guerra era só para os fracos (e pra aqueles imbecis inferiores do Oriente Médio) e eu achava que finalmente tínhamos alcançado a Paz Eterna. 
Inclusive, perguntei à professora de história se ainda era possível que, durante uma guerra, um Estado anexasse territórios de outros. Só que de uma maneira bem mais retardada.

"Professora, se tipo assim... tiver uma guerra... e aí... um país pode pegar outro? Tipo os EUA que quer roubar nossa Amazônia... quer dizer... eu vi isso no fantástico..."

A reação dela foi mais ou menos assim
Nem parece que Hitler invadiu a Polônia só há 75 anos atrás, né? Pois bem, deixa eu te avisar: Isso pode acontecer de novo. Se Pastor Everaldo for eleito, eu não duvido nada que ele resolva sair por aí jogando os gay tudo em campo de concentração. Quem sabe?

De Dr. House à Ramona Flowers

Todo mundo conhece algum babaca que gosta de fingir ser personagem de filme. É o que eu chamo de síndrome de WannaBe (do latim: Faltum do que fazerus), onde o doente insiste em copiar o comportamento de tal personalidade que admira.
Os protagonistas geralmente mais escolhidos são: Amèlie Poulain, Ramona Flowers e Tyler Durden.

Sabe a Ramona Flowers? Você não vai ser igual a ela

Xora

Ontem, ao assistir o famoso diálogo no Jack Rabbit Slim's de Pulp Fiction, notei a polaridade existente entre os dois personagens:

Vincent, de um lado, é uma figura normal e comum da nossa realidade. Todos nós conhecemos um (ou um pouco de um)  babaca Vincent.

E de outro, temos a encantadora e adorável Mia Wallace, dona de uma persona muito usual – Não na vida real, mas no mundo do cinema.

Existem diversas Mias soltas em filmes por aí. Isso, obviamente, não significa que todos esses personagens sejam iguais – Cada um é fruto de um diretor diferente e é dono de um universo somente seu. Entretanto, muitos deles apresentam algo crucial em comum: Sempre têm frases de efeito na ponta da língua, diálogos encantadoramente belos, marcantes e ricos em lições que, muitas vezes, alteram o rumo do filme.
Mas como diria o Heberth Vianna, a vida não é filme, você não entendeu!

Se a vida fosse um filme, ele seria o Professor Xavier

As pessoas da vida real são umas cuzonas, e não chegam nem perto de serem tão belas e imediatas como vemos nas telonas. Afinal de contas, quem nunca discutiu com alguém e passou horas no chuveiro pensando em como não deveria ter dito certa coisa? Quem nunca desejou ter a astúcia do Dr. House?

Personagens como Mia Wallace, Clementine Kruczynski e Summer Finn são arrebatadores – Atraem a nossa imaginação e fomentam a nossa visão lúdica (e distorcida) de realidade. E é por isso que gostamos tanto deles. Somos fracos demais para encarar a realidade do jeito que ela é, precisamos estar constantemente buscando válvulas de escape para a monotonia do cotidiano.
Inventar pessoas tão ilusórias e artificiais (sim, personagens são pessoas) é tão divertido quanto perigoso. Um exemplo claro disso é a quantidade de obcecados que temos por aí.


Isso nunca vai acontecer, fia