segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Sobre progresso e canudinhos dobráveis

A humanidade não está perdida.
E também não está progredindo.

A não ser que você acredite que um Deus construiu a Terra e depois voltará para decretar o Juízo Final, a história humana não é linear, com começo, meio e fim -- Ela é cíclica.
Se compararmos a contemporaneidade brasileira com a Idade Média européia, ficaremos arrogantemente orgulhosos com tudo isso que chamamos de progresso. Afinal de contas, queimar mulheres de cabelo vermelho não mais é permitido. O negócio agora é fazer #segundadasruivas! 
A não ser que vocês goste de ter 1001 maneiras disponíveis para torturar pessoas e de usar repolhos nos pés como sapatos, tirando o fato de que temos um pastor querendo se candidatar à presidência, estamos bem melhores que na Idade Média. (E isso é ruim pra cacete, porque a Idade Média não deveria servir de parâmetro pra ninguém). 

Sim, se parar de queimar pessoas vivas é uma evolução, tá ok, evoluímos bastante. 

Entretanto, se você acha que a nossa sociedade atual é um pouco melhor que a Antiguidade Grega... 
Vá estudar história, por favor. A medicina aristotélica, a filosofia sofista e a cultura helenista dão um sutil tapa na cara da nossa noção linear de progresso. Não estamos fazendo nada de inovador. Só repetindo, repetindo e repetindo. Se tivermos alguma sorte, talvez possamos produzir algo tão relevante que daqui a 1000 anos ainda influenciará diretamente a vida das pessoas (como, por exemplo, o canudinho dobrável). 


Genial
Quando eu tinha meus 10 anos, além de achar que David Guetta era um cantor e de escrever chorume pro blog na internet (QUE NÃO ERA ESSE, TCHARAM!), eu também sentia pena de todas as outras pessoas que viveram antes de mim porque, obviamente, a vida delas era uma merda. Como alguém poderia ter sido feliz sem eletricidade ou chinelinho de borracha? (Vulgo Havaianas porque Ipanema é coisa de pobre).
Na minha cabecinha, guerra era só para os fracos (e pra aqueles imbecis inferiores do Oriente Médio) e eu achava que finalmente tínhamos alcançado a Paz Eterna. 
Inclusive, perguntei à professora de história se ainda era possível que, durante uma guerra, um Estado anexasse territórios de outros. Só que de uma maneira bem mais retardada.

"Professora, se tipo assim... tiver uma guerra... e aí... um país pode pegar outro? Tipo os EUA que quer roubar nossa Amazônia... quer dizer... eu vi isso no fantástico..."

A reação dela foi mais ou menos assim
Nem parece que Hitler invadiu a Polônia só há 75 anos atrás, né? Pois bem, deixa eu te avisar: Isso pode acontecer de novo. Se Pastor Everaldo for eleito, eu não duvido nada que ele resolva sair por aí jogando os gay tudo em campo de concentração. Quem sabe?

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